quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Diário Existencial: Dizem que fulano é gay!

Tem certas coisas na vida que temos plena certeza: ela não é fácil, a morte chega para todos e, principalmente, as pessoas sempre vão falar de você, bem ou mal. É algo tão inevitável como respirar, e desconfio até que certos indivíduos precisam tomar conta da vida alheia disso para pegar ar dos pulmões. E não importa o que você diga ou faça, ninguém ficará satisfeito, as pessoas nunca estão.

Outro dia um colega de internet estava se sentindo incomodado porque alguns de seus amigos estavam questionando sua sexualidade, o que o deixou com uma raiva descomunal. Hétero, solteiro, sentiu-se ofendido por acharem que era homossexual ou algo parecido. Mas por que ser chamado de gay deveria ser uma ofensa tão grave? Como se o termo estivesse na mesma escala de peso como ser apontado como ladrão, racista, ou alguma coisa bem pior? A homossexualidade não é doença, não é contagiosa, muito menos é ilegal (pelo menos não em nenhum local que eu conheça). Tornar a o termo gay em algo muito ruim não somente é regredir no processo de aceitação social que muitas pessoas têm lutado durante anos, sejam eles gays, bissexuais ou héteros.


Imagem: (Reprodução - Google Imagens)

Mas talvez a resposta para essa reação tão negativa está ligada coma fragilização da masculinidade. Hoje em dia, o homem não pode sair de sua zona de conforto, que a própria sociedade julga ser “coisa de macho”. Vestiu calça colada, é gay! Escuta música pop, é “viado”! Se cuida demais, olha lá a mulherzinha! Reduzindo a meros estereótipos algo que deveria ser muito mais forte, afinal, a sexualidade não é mutável, pois ninguém acorda de um dia para outro e decide qual gênero vai gostar.

É preciso ter segurança do que quer. Se não há nada a esconder, por que se preocupar com o que as pessoas irão falar de você? Caso haja uma campanha forte para expor sua sexualidade, afirme o que você é, seja qual for sua preferência, apenas explique e quem quiser acreditar, legal, se não, foda-se. E mesmo que seja gay, não há regra em lugar algum que te force a gritar para Deus e o mundo que é. Nada vai mudar na sua vida e muito menos na dos outros.

Então não se prenda tanto ao que falam, a questão é o que você pensa sobre si mesmo e não os outros. Se te acham gay, e daí? Você tem sua vida, sabe as pessoas que realmente são importantes, paga suas contas, dá conta do seu recado. Uma pessoa não é “sem futuro” ou depravado por ser homossexual, isso é algo de caráter, independentemente de sua sexualidade. Abra sua mente, adapte-se ao novo milênio e aprenda a julgar as pessoas pelos motivos certos. Seja capaz de diferenciar as coisas.


Música é atemporal e assexual. A moda é feita para todos. Cuidar da saúde e beleza é admirável e faz muito bem. Agora, se você se irrita com coisas pequenas como estas, ou acha que dar um “play” em um disco da Lady Gaga, depilar as axilas, ser solteiro com mais de 20 anos e vestir calça slim é coisa de mulher ou gay, sugiro que você se avalie, pois isso é coisa de gente mal resolvida. Acima de tudo, respeito, por si mesmo e pelos outros. A sociedade agradece!!!!!


sábado, 13 de fevereiro de 2016

Diário Existencial: Se vestir bem é besteira?

É inevitável passear pelas ruas e não ouvir o que as pessoas conversam, fazem, ou te dizem. Outro dia, passando por uma loja de conveniência, ouvi uma senhora falando a seguinte frase: “Não perco tempo escolhendo o que vestir, isso aí é besteira, eu visto qualquer coisa. É frescura de quem só quer estar na moda. ” Obviamente, eu logo percebi que essa “qualquer coisa” não era algo propriamente aleatório, colocar o que tiver pela frente, mas essa expressão se referia a usar o que ela sente ser o certo, ou confortável, de acordo com seus gostos.

Muitas pessoas acabam confundindo moda com vestir-se bem, o que é absolutamente errôneo. Uma vez que moda, em seu sentido mais “bruto”, significa um costume predominante de um determinado grupo e momento. Logo, se vestir bem, não significa, necessariamente, estar na moda ou segui-la piamente. Isso tem muito mais a ver com o modo que você se veste, não precisando ser um “modelito” de passarela, seguir o que a maioria dita ou algo do tipo. E o mais importante, estar de acordo com a imagem que você quer passar para as pessoas.

Reprodução: Google Imagens


Roupa é muito mais que moda, vestuário, ela é comunicação não-verbal. Isso quer dizer que suas vestes, consequentemente, mostrarão a imagem que você transmite, ainda que ela não seja sua identidade. Por isso, não é besteira pensar sobre o que vestir, muito menos achar que é instrumento de futilidade e que as pessoas te julgam porque estão acostumadas em rotular ou analisar os outros pela “capa”. O ser humano é automatizado, e independente de beleza exterior, ele sempre olhará uma imagem e dela irá extrair suas impressões sobre o que vê. Como olhar um bolo e achar gostoso, ou ver sangue e sentir pavor, ânsia, ou qualquer tipo de reação.


Sendo assim, não há nada de errado em se vestir bem, pelo contrário, essa é a forma de mostrar para o mundo quem você é. Se quer parecer alguém conservador, vista-se como um. Quer que os outros vejam seu corpo da forma que ele é, procure uma roupa adequada. Seja o ditador de sua moda, mas saiba se adaptar ao seu corpo, idade, peso, postura, sua atitude e personalidade. Para se vestir bem, a palavra é Estilo. Encontre e tenha o seu, pois a moda passa, mas é ele quem fica. Só não vale copiar o dos outros, isso sim é uma tremenda besteira!

Por Eloy Vieira

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Crítica: This Is Acting - Sia




Após ter fornecido talento em uma série de composições poderosas para artistas como Rihanna, Beyoncé, David Guetta, Britney Spears e Katy Perry, Sia, uma das vozes mais poderosas da atualidade lança, This Is Acting, sétimo álbum de sua carreira. Chegando com força no cenário pop e tentando emplacar grandes hits, assim como Chandelier e Elastic Hearts, do álbum anterior, 1000 Forms Of Fear.

This Is Acting traz 13 canções que, originalmente, teriam sido oferecidas para outros cantores, porém, descartadas. E isso, apesar de ser algo que pode ser considerado um trunfo, soa negativo quando ouvimos algumas canções e percebemos que, mesmo com os vocais de Sia, não parecem ser de sua própria sonoridade, vide Move Your Body e Cheap Thrills, que por sinal poderiam ser ótimas músicas do álbum... talvez de uma Rihanna.

Cena do videoclipe de Alive. Reprodução: Youtube
Começando com as impressionantes Birds Set Free e o primeiro e ótimo single, Alive, daria até para pensar que esta seria uma alavanca para outro patamar na carreira de Sia.  Mas assim como os outros álbuns que são, forçadamente, mesmo que sem querer, ser um hitmaker, ele acaba perdendo força chegando ao fim. E acontece isso assim que ouvimos na tediosa House on Fire , a cansativa Footprints e a bagunçada Sweet Design. Mas sem dúvidas, no meio de tanta instabilidade, temos ótimas canções como Reaper, Unstoppable e a ótima Broken Glass, uma das melhores baladas da cantora, que lembra a sonoridade do 1000 Forms Of Fear.

A impressão que fica é que, Sia, indiscutivelmente, tem um dos maiores talentos da indústria musical: transformar palavras em ouro. Porém, tenho que admitir o fato de que tudo demais é veneno, e This Is Acting nos arremessa com tanta intensidade, que não temos como apreciar direito todo o conceito do álbum, sem pensar que ele foi feito apenas com o intuito de lançar singles descartados por outros cantores. E acaba soando muito menos original que os seus trabalhos anteriores, e à primeira escuta, soa como um álbum raso, com uma tentativa de dar continuidade a um sucesso tão estrondoso quanto seu disco anterior (que na minha opinião, precisava ser mais trabalhado sem pressa).

Talvez ela precise desacelerar, colocar para fora um lado mais ousado, sem mais do mesmo. O mundo da música precisa de Sia, de sua voz, seu talento, sua verdadeira identidade. Quem sabe seja a hora de parar de se esconder e pôr a cara no sol para mundo todo ver quem ela é de verdade. Afinal, se ela não fosse ótima, artistas renomados e diversos produtores jamais a teriam colocado no patamar que está, e merece, muito mais. 


 "Texto espotâneo, com erros, acertos, texto humano!"


sábado, 6 de fevereiro de 2016

Diário Existencial: A vida em multipotencial

Encontrar seu lugar no mundo nunca foi ou será uma tarefa fácil. Dizem por aí que é só uma questão de ter foco, paciência, e comprometimento, que tudo dá certo. Como se essa receita de bolo fosse o suficiente para obter o tão esperado sucesso pessoal e profissional. Mais difícil ainda, é escolher sua verdadeira vocação, o cargo no qual você se dedicará pelo resto da vida, ou grande parte dela. Se você, assim como eu, é uma daquelas pessoas que não encontram uma só vocação para investir, mas ao contrário, tem a capacidade de ter aptidões para várias, tenho uma notícia: somos Multipotencialistas.

Outro dia estava assistindo uma palestra da escritora Emilie Wapnick que fala justamente de pessoas como eu, que tem vários interesses e objetivos criativos, como ela mesma aborda, juntamente com o termo Multipotencialistas. Então refleti sobre isso e tentei levantar os prós e contras de ser assim, e o que isso poderia impactar nas nossas vidas se soubéssemos controlar nossas habilidades e emoções na hora de decidirmos que tipo de profissionais e pessoas queremos ser.

Um ponto negativo é um periódico bloqueio de crescimento profissional. Explicando melhor, vamos observar a seguinte situação: um indivíduo é bom em determinada coisa, não somente gera um rendimento satisfatório, mas também gera expectativas em torno dele, seja na parte família, ciclo de amigos ou colegas de profissão. Querendo ou não, a pressão atrapalha, e muito. É como andar num ciclo fechado, onde você se vê obrigado a escolher um rumo para sua vida, mas as pessoas esperam tanto de ti e o medo de decepcionar, te ajudam a estagnar e não saber o que fazer.


Foto: Google Imagens


Fica ainda pior, quando você vê seus amigos ou familiares entrando em suas vidas profissionais e se realizando em fazer aquilo que sabem ser o rumo certo. Contudo, não há nada errado em ser multipotencialistas, pelo contrário, existem habilidades muito positivas. Uma delas é nossa capacidade de rápido aprendizagem, pelo esforço de adquirir conhecimento naquilo que gostamos, mesmo que as opções sejam variadas.

Muitas vezes, algumas profissões pedem que você exerça mais de uma função no seu cargo, a prova disso é o crescimento dos Social Medias, que por vezes são jornalistas, publicitários e designers em um só pacote. Ainda que muitos digam que é injusto, porque deveriam dar oportunidades a outras pessoas com habilidades específicas para cada função, isso é apenas um reflexo do que nossa geração está passando no momento. Cada vez mais estamos nos conectando com diversas coisas ao mesmo tempo, às vezes, no modo automático mesmo, e nem percebemos.

A questão é, o mundo precisa sim de mais Multipotencialistas. Faça o que desejar fazer, mesmo que no final, perceba que nada deu certo e aquilo não era o que realmente queria. Não há problema algum em se arriscar, melhor ainda se existirem pessoas ao seu lado que te apoiam e procuram entender que você não é apenas uma máquina programa para uma só tarefa. Cada um tem dentro de si uma coisa que mais gostam. Uns são bailarinos/dentistas, outros enfermeiros/fotógrafos, ou jornalistas/desenhistas. O importante é que, acima de tudo, precisamos nos aceitar como somos, o resto é resto.



Por Eloy Vieira

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

ANTi: Uma Rihanna "do contra"



Após longos três anos de espera, finalmente, o aguardado oitavo álbum de Rihanna está entre nós. É seu primeiro trabalho desde o último disco, Unapologetic (2012), responsável por mais um de seus grandes hits, a ótima “Diamonds”.

Com três singles sem muito sucesso comercial (FourFive Seconds, American Oxygen e Bitch Better Haver My Money) lançados em 2015, a barbadiana deixou os fãs com grandes expectativas durante todo o resto do ano após o anúncio do título e capa do álbum batizado de “Anti”. Um disco sem muitos hits aparentes, mas com petulância e força lírica na qual Riri (como carinhosamente é chamada) nunca usou de forma tão magistral.

"Tenho que fazer as coisas do meu jeito, querido", assim ela cita em Consideration, canção que abre o álbum com participação da cantora SZA. A faixa é feroz e crítica, um manifesto de uma cantora que quer mostrar muito mais do que sua reputação de hitmaker apresenta. E é nesse momento que vemos que a velha Rihanna ''chuta o balde'' e nos entrega um trabalho, unanimemente, distinto de todos os seus trabalhos.

Não há batidas frenéticas, nem muito refrão chiclete, ainda que sua primeira faixa de trabalho, Work, em parceria com o rapper Drake (que trabalhou com ela em What’s My Name e Take Care), seja uma das mais grudentas do disco. A prova dessa “quebra” radiofônica são a enigmática James Joint e Yeah, I Said It, uma sonolenta canção produzida por Timbaland, um dos renomados produtores do disco.

Capa oficial de ANTi, lançado em 27 de Janeiro.
Mas nem tudo são flores, pois há pontos que soam negativos, como a entediante Woo, canção produzida por Travis Scott, e faixas da versão deluxe, Godnight Gotham (contendo samples de Only It For A Night, de Florence & The Machine), que teria sido uma brilhante intro para o álbum, além de Sex With Me, que mais parece uma demo descartada que uma inédita digna de um comeback.

E entre os flertes com batidas cibernéticas como na ótima Desperado e Kiss T Better, que por sinal é a mais radiofônica, ela nos presenteia com o delicioso cover de Same Ol’ Mistakes, de Tame Impala (intitulada “New Person, same mistakes) e lindas melodias, a dedilhada Never Ending e Close To You. Esta última, por sinal, é a única que lembra a sonoridade da cantora em seus álbuns anteriores.

 Mas Anti brilha mesmo é nas partes mais profundas e românticas de Rihanna. Partes estas que, em sua evolução, traz vocais maduros e impressionantemente bem usados, como em Love On The Brain, que arrisco a dizer que é a melhor faixa do disco, além da embreagada canção retrô, Higher. Daí percebemos que Rihanna, mesmo com um material considerados por muitos, bagunçado, o disco conversa entre si em momentos confiantes e inseguros ao mesmo tempo, sem ter uma sonoridade tão diversificada. O que não tem acontecido nos últimos discos, Talk That Talk(2011) e Unapologetic (2012).

Anti, então, acaba sendo um álbum que, apesar de ser desprendido de grandes canções radiofônicas ou club-friendly, funciona como um todo. É caótico sem ser desorganizado, forte sem apelar, sensível sem ser demasiado melodramático. Mais do que isso, é a prova de que não há fórmulas ou padrões estéticos com Rihanna, o que deixa mais evidente o título de uma das artistas mais versáteis da atualidade.

Sendo assim, este trabalho pode não ser lembrado como o melhor de Rihanna, mas, daqui a uns anos, certamente, será um dos mais influentes. Mas até lá, é preciso ouvir com atenção cada música e estar aberto a descobrir novas boas nuances, ainda que não seja um álbum de fácil digestão à primeiro impacto. E o mais importante, além de revelar um material tão voraz e ao mesmo tempo sutil, Anti faz justiça ao seu título e nos entrega justamente o que propõe, ser "do contra". Go Bad Gal!





"Texto espotâneo, com erros, acertos, texto humano!"


sábado, 17 de outubro de 2015

CONFIDENT: O novo som de Demi Lovato (Crítica)


Mais confiante do que nunca, a ex Disney Star, Demi Lovato, tem motivos de sobra para comemorar o seu 2015. Após os dois últimos lançamentos amargáveis, Unbroken (2011) e Demi (2013), o quinto álbum inédito da Senhorita Lovato, Confident, chegou às lojas com maestria e já é um sucesso de críticas.


 O disco começa com a poderosa Confident, faixa-título que com selo Max Martin de qualidade e que também teve seu videoclipe com direção do talentoso Robert Rodriguez (Sin City) e a belíssima Michelle Rodriguez (Velozes e Furiosos). Apesar da batida poderosa, a música ainda não traz Demi em seu melhor, o contrário de “Cool For The Summer” que mostra o progresso da moça como artista e mulher.



Considerando que as duas foram os primeiros singles desse novo trabalho, o material além delas é indiscutivelmente mais interessante. Como por exemplo, em “Oldways” que mostra uma sonoridade bastante distinta de qualquer trabalho anterior. É tempo de se entregar, e Demi se entrega de corpo, alma e voz, na ótima “Stone Cold”. Esta, por sua vez, me lembrou levemente uma música de Lady Gaga chamada “Till Its Happens To You”, mas obviamente, nada que haja comparações. 

 A grande surpresa do álbum fica por conta de “Kingdom Come”, uma parceria com a rapper australiana Iggy Azalea que, de uma forma brilhante, trouxeram uma das melhores canções do ano. A música até lembra um pouco Black Widow de Iggy, e se lançada como single, será um certeiro sucesso nas paradas mundiais.

O álbum em si soa bem parcialmente coeso, exceto por algumas quebras tracklist, como acontece na transição da balada ‘’Stone Cold’’ para a agitada ‘’Kingdom Come’’. Mas isso pode ser reparado ouvindo o hip-hop de “Waiting For You” e a sensual “Wildfire”, em que Demi deixa aflorar sua Lana Del Rey interna em uma canção forte, sussurrante, beirando à essência erótica e ainda a oferecida, até então a mais fraca do disco, “Yes”.  Mas ainda sobre tempo para ouvir aquelas baladinhas pop (à la Kelly Clarkson) que não desgrudam da cabeça como “For You” e a fofa “Lionheart”. E finalizando o disco, temos “Father”, sim... mais uma vez uma música composta para o pai da cantora, que finalmente, traz um desabafo em forma de canção juntamente com um som orquestral e emocionante.


Confident ainda tem mais duas músicas que, sem necessidade, ficaram como bônus. São elas a ótima “Stars” e a mais bem produzida do álbum, “Mr. Hughes”. Em suma, Confident é a verdadeira menina dos olhos na carreira de Demi. Deixando para trás todas as mágoas e erros passados, ela agora mostra que amadureceu musicalmente também, e não economizou em mostrar seus vocais, cada vez mais potentes. 

Sem sombra de dúvidas, é um dos melhores álbuns que uma artista (injustamente) considerada teen já fez. É um grande avanço para Demi em todos os sentidos. Agora é esperar para colher os frutos desse novo, dedicado e delicioso trabalho da eterna "Sonny"!

4 de 5 estrelas!



Por: Eloy Vieira


sábado, 22 de agosto de 2015

Querido Ego Inflamado...


Há algumas semanas atrás estava perambulando pela internet e me deparei com um post de um amigo falando sobre um ex ator pornô, Dj e “celebridade” da internet que trocou comentários um tanto insultuosos com um jovem em seu Instagram.
Na foto, o tal “famoso” (que prefiro não citar, já que ele não é o foco dessa postagem) exibia a barriga sarada em frente a Torre Eiffel, cartão postal de Paris. Após o jovem ter deixado um comentário que questionava a necessidade de mostrar a barriga naquela ocasião, o “famoso” rodou a baiana e escreveu:



Pensando nisso, fiquei a pensar que, assim como ele, esse tipo de comportamento estereotipado de Ken sem cabeça tem dos montes por ai. Mas de quem será a culpa disso? A resposta, infelizmente, é simples... nós mesmos. Vivemos em uma sociedade que cultua o corpo. Uma sociedade que fala muito em “prefiro os gordinhos”, “não gosto dos bombados”, “esse não é o tipo de homem ideal”, mas na realidade, é o tipo que se procura (seja homem ou mulher) para satisfazer os desejos carnais, ou não.

O fato é que não há absolutamente nada errado em ser musculoso, ter abdômen definido, ou ter o rosto considerado “perfeito”. O problema é quando isso se torna a ferramenta que dá a falsa ideia de superioridade que esses “homens” e "mulheres" têm. Cuida-se da aparência, mas onde fica o caráter e o respeito aos outros biótipos? Infelizmente, isso não é culpa deles. Pois cada investimento em musculação, tratamento de pele e fotos com pouca roupa valem à pena. Há retorno, há respostas positivas, há milhões de likes e compartilhamentos. E o mais #tenso, há milhares de “cavaleiros  e damas sem cabeça” espalhados em perfis da internet. O corpo é convite, é deleite, é prazer. Assim como os criadores, geramos nossa própria criatura de frasco bonito e conteúdos vazios.

Obviamente, vá surgir alguém para pensar ou sugerir que esta postagem é apenas um texto de recalque, ou acusar de invejoso qualquer um que se recusa a aceitar esse estereótipo. E para ser bem sincero, não condeno o tal “famoso”, nem digo que esse comentário resume sua personalidade ou que ele não seja uma pessoa legal. Afinal, não o sigo, nem o conheço o bastante para tal afirmativa. O que quero é chamar atenção para que reflitamos mais sobre o que estamos denominando importante.

Se você tem um corpo bonito, é totalmente livre pra mostrar, mas jamais ache que isso lhe tornará mais importante que outra pessoa por ser considerado mais bonito(a), o(a) gostoso (a) do pedaço e tem um milhão de curtidas. Isso não quer dizer patavidas nenhuma. Mantenha sua postura tão firme quanto seus músculos. Mostre que além de um peitoral robusto e bumbum durinho, vocês tem um caráter que acrescenta ainda mais. Se forem definidos, provem que não precisam de legendas se chamando de “gordos” porque, meus caros, vocês não são, e ser gordo não é defeito. 
Se isso vai acabar? Em minha opinião, acredito que não vai, ou pelo menos, tão cedo. Mas o ser humano sempre evolui e tem capacidade de melhorar caso ele queira. E lembremos que ego é igual jogar álcool em fogo, inflamável e altamente prejudicial.  E se isso não for o suficiente pra você, fazer o que né? Como diz o velho (old but sempre gold) ditado: Gosto é igual a ...

Por Eloy Vieira