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| Foto: Reprodução |
Mais uma noite chega e escondo meu
rosto nas cobertas. Escondo porque gosto de esconder, o esconderijo me conforta.
Já escondi muita coisa, não por medo, mas pela sede de paz. Escondi meus anseios
por ter medo de ninguém me compreender. Guardei as minhas verdades para evitar
discussões desnecessárias.
Esconder não é covardia. É resguardar,
não colocar em vitrines, pois estas são feitas para admirar, falar sobre,
opinar, e depois, passa. Tudo que é exposto, cai no esquecimento, como se nunca
houvesse importância. Se for guardado, eu me lembrarei, a pessoa que mais importa
fazer feliz.
Escondo sem temer que um
dia isso me faça mal. Não escondo tudo, nem metade do que escondo. Não revelo o
quanto, mas escondo. E se esconder for minha sentença de morte, aceito-a de bom
grado. Pois nem tudo o que em mim pode caber necessita ser revelado.
Por Eloy Vieira

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